Créditos Notícia e Fotos: https://ocancheiro.com
O Cancheiro está de volta ao Brasil! E, para marcar o retorno de forma triunfal, nada melhor que um clássico valendo o título da Copa Interligas, envolvendo o torneio e as duas equipes não-profissionais que mais figuraram por essas páginas. Ambas, inclusive, buscando o tricampeonato do certame regional e, de quebra, a oportunidade de representar a Grande Floripa no Estadual. Assim, Grêmio Cachoeira e Náutico adentraram o gramado do José Edelvino de Paulo, na Cachoeira do Bom Jesus, para uma decisão histórica.
Nem que fosse combinado teríamos um jogo tão especial nesse retorno aos gramados catarinenses. Da Argentina, acompanhamos o desenrolar dessa Copa Interligas. O torneio, tradicional por envolver todas as ligas da Grande Floripa, vem em seu segundo ano seguido desfalcado, contando apenas com os times de São José e Florianópolis. A diferença para a edição do ano passado foi a quantidade de times, que dobrou – quatro de cada cidade.
O atual campeão Náutico, do Santinho, teve um caminho complicado para regressar à decisão. Deixou para trás os josefenses Atlântico, nos pênaltis, e Americano, na reedição da última final. O Tricolor da Cachoeira, por sua vez, eliminou o Juventus e o Botafogo, os outros dois escretes de São José, com mais facilidade, chegando à final com 100% de aproveitamento. No Santinho, já pelo jogo de ida, o Grêmio manteve a escrita e fez 2 a 0 no rival, levando uma baita vantagem para a finalíssima na Cachoeira do Bom Jesus.
O time do Santinho, acostumado com decisões – além da Interligas, venceu o Municipal do ano passado contra o próprio Grêmio -, ignorou o péssimo resultado no jogo de ida e foi com tudo para cima do rival. Ainda assim, nem o mais otimista torcedor do Náutico imaginaria que o clube abriria a conta tão cedo. Com apenas um minuto de bola rolando, Fillipy cobrou escanteio no meio da área, André cortou e, no meio da confusão, a bola explodiu na mão de algum defensor do Grêmio. O lance foi prontamente flagrado pelo árbitro, que assinalou o pênalti. Na cobrança, Bahuan disparou à meia altura e abriu o placar.
Impulsionado pelo gol relâmpago, o Náutico persistiu em sua insana pressão. O Grêmio, acostumado a ter o domínio da bola e da meia-cancha, simplesmente não conseguia se encontrar em campo. A marcação alta dos visitantes ainda gerou duas grandes chances antes dos 10 minutos: primeiro numa bola enfiada de Jube para Fillipy, mas Peu fechou bem o ângulo e salvou e, logo depois, numa cobrança de falta da meia-lua, mais uma vez defendida pelo seguro arqueiro tricolor.
O Grêmio só conseguiu finalizar ao arco de Caynã em um petardo venenoso de David, que quase complicou a vida do arqueiro. Ainda assim, o lance não significou nenhuma melhora para o Grêmio. O Náutico seguiu dominando as ações. Aos 23, Bahuan teve espaço pela esquerda e cruzou na medida para Bruno Almeida mandar de voleio, mas Peu, outra vez gigante, espalmou à queima-roupa.
Quando tudo indicava que o Náutico chegaria em questão de minutos ao gol que empataria o placar agregado, eis que surge uma traiçoeira bola parada em favor do Grêmio. Carlinhos cobrou a falta no meio da área, a pelota foi desviada por um defensor e acabou traindo o goleiro Caynã.
O empate foi um verdadeiro balde de água fria nos do Santinho. Criando muito mais e jogando com maior intensidade até então, o Náutico se viu de volta à estaca zero. O Tricolor aproveitou o momento e equilibrou as ações. Aproveitando os buracos da zaga do Náutico, os atacantes do Grêmio saíram ao menos três vezes cara a cara com o arqueiro rival, que soube contornar bem a situação de perigo. Do outro lado, Jube ainda arriscou do meio da rua, mas Peu novamente pegou.
Findada a movimentada etapa inicial, que teve todos os ingredientes de um grande clássico, era nítido o desapontamento dos visitantes. Sem deixar a peteca cair, o clube do Santinho voltou com uma postura semelhante para o segundo tempo. Logo nos primeiros minutos, Jube bateu falta colocada, mas novamente parou em Peu, que desviou com as pontas dos dedos. Depois, foi a vez de Dudu arriscar de longe, de três dedos, e tirar tinta do poste.
O Grêmio, por sua vez, se fechou na defesa e aproveitou os naturais espaços que o Náutico deixaria para contragolpear. Assim, Carlinhos fez fila pela esquerda e bateu na saída de Caynã; seria um golaço se Eduardo não salvasse em cima da linha. Diego Vianna, que entrou na vaga de André, também teve suas chances, mas parou na esforçada defesa rival. Sem mais pernas e contando com desfalques no decorrer da partida – Jube e Bahuan saíram sentindo -, o Náutico sequer conseguiu voltar a diminuir no placar agregado e viu o maior rival ficar com o caneco da Interligas.
Mais fotos dos últimos 90 minutos da final (lembrando que a galeria completa estará em nossa página no Facebook. Curte lá que o blog está apenas começando a sua temporada no Brasil)
O 3 a 1 no agregado rendeu não só o tricampeonato ao Tricolor da Cachoeira do Bom Jesus, como também a vaga para o Estadual de Amador. Em novo formato, o Grêmio já tem tabela definida: enfrenta, em jogos de ida e volta, o atual campeão estadual Metropolitano, de Nova Veneza. Quem ganhar dessa semifinal, enfrenta Rio do Ouro, de Itajaí, ou Flamengo, de Jaraguá do Sul – infelizmente, o Oeste foi escanteado dessa edição.
As fotos da festa tricolor – que contou até com desfile em caminhão
Mas voltando à nossa realidade catarinense, o Estadual, como de praxe, se fará presente aqui pelo blog. Antes disso, ainda tem muito futebol amador, com os municipais e ligas Santa Catarina afora, e profissional, com a reta final da nossa querida Segundona.
Empolgação é o que não falta para esse segundo semestre!
Até logo!